Vício em videogames: sintomas e tratamentos
Breve guia para identificar sinais de vício em crianças e adultos
O vício em videogames é um tema atual. O crescente desenvolvimento tecnológico e a influência da internet fizeram com que cada vez mais pessoas tivessem acesso aos jogos, principalmente online.
Na verdade, esse último tipo de jogo é o que mais preocupa os profissionais, devido ao grande poder e facilidade que tem para causar vícios. Mas, onde está o limite que define um comportamento como viciante? Toda pessoa que joga em excesso é viciada em videogames? Vamos nos aprofundar nesse assunto.
O que é o vício em videogames?
A atividade excessiva e a atividade viciante não são a mesma coisa. O que as diferencia e o que nos permite realizar um diagnóstico de vício é a interferência que provoca na vida diária do jogador. Ou seja, uma pessoa viciada em videogames é uma pessoa que perde parte da sua vida jogando.
Assim, para identificar o vício em videogames e, portanto, para prevenir e tratar esse comportamento, é necessário saber que existe uma série de indicadores comportamentais do vício. Nesse sentido, os sintomas relacionados a esse vício são os seguintes:
- Focalização. Os videogames se transformam no núcleo central da vida da pessoa. Grande parte dos seus pensamentos se destinam a jogar ou à próxima partida, assim como seus sentimentos e suas ações.
- Modificação do estado emocional. Uma pessoa viciada em videogames se caracteriza por apresentar uma experiência subjetiva de euforia e excitação enquanto joga. Além disso, esse comportamento também é considerado como uma estratégia de enfrentamento em relação ao vício.
- Tolerância. Assim como em qualquer vício, há a necessidade cada vez maior de jogar para atingir a sensação experimentada no início. O que significa que o jogador vai passar cada vez mais tempo em frente ao videogame, formando, assim, um círculo vicioso.
- Sintomas de abstinência. Quando não for possível jogar ou quando o tempo de jogo for reduzido, o indivíduo manifesta uma série de sintomas similares aos que aparecem numa síndrome de abstinência. Alguns deles são, por exemplo: mau humor, irritabilidade, etc.
- Conflito. Esse sintoma faz referência a conflitos com outras pessoas, com outras atividades ou consigo mesmo. O vício em videogames afeta as relações interpessoais, provoca conflitos profissionais ou acadêmicos e, por sua vez, faz com que o jogador comece a ter sentimentos subjetivos de perda de controle.
- Recaída. Após períodos de abstinência ou controle, os padrões de comportamento de vício são retomados.
Tratamentos para o vício em videogames
A recente conscientização nesse campo e a falta de pesquisa sobre o mesmo faz com que os tratamentos para o vício em videogames sejam escassos. Além disso, existem alguns fatores que são obstáculos para o avanço das pesquisas, como o crescimento da indústria dos videogames, o baixo custo que esse vício representa para o jogador e a atitude permissiva da população em relação a esse tipo de atividade.
Mesmo assim, existem medidas que podem ser colocadas em prática para prevenir que esse problema aconteça. Uma população especialmente vulnerável são as crianças e os adolescentes. Por isso, algumas medidas estão diretamente voltadas aos pais e aos educadores que, frente à suspeita de que uma criança possa estar viciada em videogames, podem colocar em prática as seguintes medidas:
- Verificar o conteúdo dos jogos e, se for o caso, substituir os jogos violentos por outros mais educativos.
- Incentivar a criança a jogar em grupo, para evitar o isolamento e favorecer a interação.
- Estabelecer horários e condições para jogar. Por exemplo, combinar com a criança que ela pode jogar duas horas por dia à tarde assim que tiver terminado de fazer todas as tarefas.
- Manter uma escuta ativa com a criança. Devemos entender que esse comportamento tem uma explicação. Talvez seja uma maneira de se comunicar ou expressar um mal-estar em outras áreas da vida.
- Caso nenhuma dessas recomendações funcione, podemos proibir os videogames por um tempo até considerar adequado permiti-los de novo.
Obviamente, quando o vício em videogames ocorre nos adultos, o tratamento muda. Existem algumas clínicas que realizam terapias específicas para adultos viciados em videogames. Sua filosofia é demonstrar aos jogadores que eles podem obter a mesma satisfação no mundo real. Entretanto, esse tipo de vício é muito menos comum na idade adulta.
Fonte: Aleteia