Projeto médico
O radioncologista Aref Muhieddine está no Líbano apresentando o ‘Moça Bonita’, iniciativa que pretende chegar a um tratamento de câncer mais adequado para jovens mulheres.
São Paulo – O médico radioncologista Aref Muhieddine, filho de libaneses, está reunindo apoios no Brasil e exterior para o desenvolvimento de um projeto que permitirá oferecer tratamento diferenciado para jovens mulheres com câncer. A iniciativa é chamada de “Moça Bonita” e Muhieddine desembarcou no Líbano há pouco mais de uma semana para apresentar o projeto aos médicos locais e à comunidade brasileira no país árabe. O objetivo do médico, que deu entrevista à ANBA por telefone de Beirute, é tornar o Líbano um dos focos.
Muhieddine acredita que é necessário melhorar a prevenção, tratamento e seguimento das mulheres com idades entre 20 e 50 anos em relação ao câncer. O médico concebeu o projeto no ano passado e começou a colocá-lo em prática no início deste ano. O profissional está pesquisando e reunindo dados sobre o impacto e eficácia de tratamentos como quimioterapia, cirurgia e radiologia, entre outros, neste público. Esse deve ser um dos nortes iniciais do projeto.
A ideia é dar a essas mulheres um acompanhamento mais adequado às suas necessidades. O brasileiro lembra que alguns tipos de câncer acabam sendo mais agressivos entre mulheres jovens. Ele afirma que elas precisam de um acompanhamento para voltar à sua vida normal, pois em geral são mulheres casadas, com filhos e inseridas no mercado de trabalho. “Estão no mercado de trabalho, têm a família ainda completa”, afirma.
Entre as necessidades voltadas para esse público o médico vê a melhoria da prevenção, o acesso a exames como tomografia e ressonância magnética para as que apresentaram alguma alteração, maior parceria do médico e o trabalho psicológico. “Ela precisa de um médico mais próximo”, disse. A pesquisa deve apontar mais caminhos para o tratamento destas mulheres.
A vontade do médico de pesquisar e chegar a um acompanhamento voltado e próprio para esse perfil surgiu depois que ele começou a atender muitas jovens e percebeu a dificuldade dos médicos em lidar com essas pacientes. “Queremos melhorar a sobrevida delas em 2%, 3%, 4% que seja”, afirma Muhieddine. O foco do projeto de estudo será o câncer de mama, de colo de útero, o melanoma, o gastrointestinal e o linfoma.
Muhieddine está buscando parcerias de outros médicos, além de instituições e governos, e quer tornar o projeto internacional. O médico já tem vários apoios, mas o seu objetivo é desenvolver a iniciativa no Brasil, no mundo árabe, nos demais países sul-americanos e também nos Estados Unidos. Ele mora atualmente em Foz do Iguaçu, no estado do Paraná.
Formado como médico radiologista pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) e com 15 anos de experiência em radiologia e oncologia, Muhieddine tem também especialização em Radioncologia e pós-graduação em Neuroncologia pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Ele tem apoio da instituição para fazer a pesquisa. Em Foz, Muhieddine tem uma clínica e é chefe do Departamento de Radioncologia do Hospital Ministro Costa Cavalcanti.
Fonte: www.anba.com.br