Prevenção: o segredo da longevidade

No Brasil, o envelhecimento da população é cada vez mais evidente e com isso as doenças cardiovasculares passam a ter uma grande importância devido a sua maior prevalência nesta faixa etária. Nosso grande desafio é abordar o idoso do ponto de vista multidisciplinar, pois o processo de envelhecimento interfere em todos os sistemas, dificultando as ações de prevenção, tratamento e recuperação na área cardiovascular.

O hábito de fumar, a vida sedentária e a obesidade, o diabetes e as alterações do colesterol e triglicérides e a hipertensão arterial são fatores de risco que, com o passar dos anos, contribuem com mais intensidade para a deterioração não só das artérias, como também dos pulmões, rins, bexiga, cérebro e sistema músculo- esquelético.

É de extrema importância sensibilizar e motivar o idoso a aderir aos programas de controle desses fatores de risco antes que ocorra um episódio como infarto, derrame cerebral ou insuficiência renal. Muitos idosos passam a ter consciência da necessidade de um bom controle somente após sofrerem um desses eventos, o que já pode comprometer em caráter definitivo sua qualidade de vida.
Durante o envelhecimento normal, são esperadas alterações físicas como perda de massa óssea e muscular, redução de força e flexibilidade, artroses e diminuição da capacidade aeróbica. O sedentarismo agrava essas alterações.

O número de idosos entre 65 e 74 anos que são sedentários chega a 70% em nosso país. Acima dessa faixa etária, a média é de 81%, o que pode ser considerado absurdo, posto que a atividade física com frequência e intensidade adequada é, sem dúvida, uma das melhores controladoras de todos os fatores de risco e importante fomentadora da longevidade e bem-estar físico e mental.

O envelhecimento é inevitável e traz com ele uma diminuição natural das funções e vitalidade de todos os sistemas. Essas alterações podem ser retardadas ou agravadas, dependendo de nossas atitudes em relação à prevenção das doenças em geral.Quanto mais cedo iniciarmos o trabalho preventivo, melhor, mas também devemos ter em mente que mesmo nos casos em que já existam complicações em qualquer nível, ainda é fundamental que se atue com firmeza para o controle adequado dos fatores de risco.

Fonte: www.meon.com.br/opiniao/opiniao/colunas/prevencao-o-segredo-da-longevidade