Maternidade pós câncer ginecológico
Segundo oncologista da Sociedade Brasileira de Cancerologia, a doença não deve representar o fim do sonho da maternidade. Quando em estágio inicial, índice de cura chega a 90% e existem opções para engravidar
O câncer ginecológico é um dos mais perigosos, e pode soar como um pesadelo na vida das mulheres que ainda sonham em ter filhos. A ida regular ao ginecologista, no entanto, pode colaborar para que a doença seja diagnosticada em estágio inicial, e garantir que expectativas como a da maternidade sejam concretizadas após o tratamento.
O ginecologista é o principal aliado da mulher quando o assunto é câncer ginecológico. A ida preventiva ao consultório pode evitar a descoberta de um quadro mais avançado, que dificultaria a cura. A doença pode se espalhar para outros órgãos, já que por vezes pode ter seu diagnóstico realizado tardiamente.
“É por isso que, em casos mais graves, a retirada de parte ou de toda estrutura reprodutiva pode ser necessária, para preservar a saúde da paciente”, esclarece Dr. Amandio Fernandes, oncologista da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 15 mil novos casos de cânceres no sistema reprodutor feminino foram registrados em 2014. A projeção para 2015, considerando apenas o de colo do útero, foi de mais 15 mil casos. Os cânceres ginecológicos têm tratamentos que podem ser simples, mas também podem necessitar de cirurgias e tratamentos de radioterapia e quimioterapia.
Segundo o oncologista da SBC, entre as opções para engravidar após o câncer, está o congelamento de óvulos ou tecido ovariano antes do tratamento, que permite a preservação da fertilidade para a realização, posteriormente, de uma Fertilização In Vitro. “Assim como a oncologia, a medicina reprodutiva evolui rapidamente e já oferece algumas opções confiáveis para mulheres que desejam ter filhos após a cura da doença”, explica Dr. Amandio.
O oncologista da SBC elenca os órgãos do aparelho reprodutor feminino que mais são acometidos por câncer:
colo do útero, endométrio e ovário enquanto vagina e vulva têm menor incidência. O câncer de mama é o mais comum em mulheres, mas todos os órgãos do sistema reprodutor são passíveis de desenvolver a doença e merecem atenção. Vale ressaltar que os cânceres ginecológicos só apresentam sintomas visíveis quando estão em quadros mais graves e avançados.
Câncer do colo do útero: é mais comum em mulheres entre 35 e 45 anos. Está na maioria das vezes associado ao vírus HPV, transmitido sexualmente. Há outros fatores que aumentam as chances de desenvolvê-lo, como fumar, não fazer a higienização na região corretamente, grande número de parceiros e outras infecções concomitantes;
Câncer de endométrio (corpo do útero): é o câncer ginecológico mais comum. Geralmente está relacionado a desequilíbrios hormonais, diabetes, pressão alta, obesidade e uso indevido de terapia hormonal para tratar sintomas da menopausa. Causa sangramento anormal – até mesmo durante a menopausa;
Câncer de vulva: também pode estar relacionado à infecção pelo vírus HPV, e que pode evoluir a partir da coceira crônica causada por alterações da pele da vulva. Os sintomas são coceiras crônicas e surgimento de úlceras, feridas ou gânglios;
Câncer do ovário: o perfil de risco são mulheres que entraram na menopausa, embora existam casos em todas as idades. O fator hereditário pode influenciar, além de fatores hormonais, ambientais e genéticos. A indução de ovulação não tem comprovações cientificas de causadora desse câncer;
Câncer de vagina: é o tipo mais raro e representa menos de 1% dos tumores ginecológicos. Os principais sintomas são sangramento vaginal e corrimento vaginal anormais, massa palpável e dor durante a relação sexual.
Sobre a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC)
A Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) é um órgão sem fins lucrativos, filiado à Associação Médica Brasileira (AMB), que visa promover e representar a especialidade no Brasil. Fundada em 1946 afim de apoiar e desenvolver o conhecimento técnico e científico da especialidade no país, é a entidade oficialmente autorizado a emitir o Título de Especialista em Cancerologia, conforme normas estabelecidas pela AMB e visa fomentar o debate referente às problemáticas em torno do combate ao câncer no Brasil.
Fonte: www.segs.com.br