Cirurgia de ginecomastia vai muito além da vaidade masculina

O aumento das mamas nos homens (ginecomastia) é causado principalmente por um desequilíbrio entre a quantidade de testosterona (hormônio masculino) e a quantidade de estrogênio (hormônio feminino). A causa desse desequilíbrio pode ser condições que bloqueiam os efeitos da testosterona ou reduzem a sua quantidade no organismo ou ainda uma condição que aumenta o nível de estrogênio. O cirurgião plástico Dr. Marcelo Olivan explica que esse desequilíbrio hormonal pode ter várias causas, como pontua abaixo:

Mais da metade dos bebês do sexo masculino nascem com as mamas aumentadas devido aos efeitos do estrogênio da mãe, o que tende a desaparecer dentro de duas a três semanas após o nascimento. Alterações hormonais durante a puberdade podem causar inflamação do tecido mamário por seis meses a dois anos. Novo pico de aumento das mamas no sexo masculino ocorre novamente entre as idades de 50 e 69 anos. Pelo menos 1 em cada 4 homens nesta faixa etária são afetados.

Uma série de medicamentos podem causar ginecomastia. Entre estes alguns para tratar o aumento da próstata ou o câncer de próstata; os esteróides, anabolizantes e andrógenos; medicamentos contra a AIDS (terapia anti-retroviral altamente ativa); remédios anti-ansiedade, como diazepam (Valium); antidepressivos tricíclicos; certos antibióticos; medicamentos cardíacos, como digoxina (Lanoxin), dentre outros.

Drogas como Anfetaminas; Maconha; Heroína e bebidas alcoólicas.

Várias condições de saúde, dentre elas o Hipogonadismo (mau funcionamento dos testículos); envelhecimento, especialmente em homens com excesso de peso; tumores, principalmente aqueles que envolvem testículos, glândulas adrenais ou glândulas pituitárias; hipertireoidismo (produção em excesso da tiroxina, hormônio da tireoide); falência renal (cerca de metade das pessoas que estão sendo tratadas com hemodiálise tem ginecomastia); insuficiência hepática e cirrose; desnutrição e fome, que provoca a queda dos níveis de testosterona, mas os níveis de estrogênio permanecem constantes, causando o desequilíbrio hormonal.

Considerando-se que os fatores de risco para ginecomastia incluem a adolescência, o envelhecimento, o uso de certos medicamentos, de drogas ou várias condições de saúde, cerca de metade da população masculina sofre com o aumento das mamas em alguma etapa da vida. “A maioria dos casos de ginecomastia regride sem tratamento. Se medicamentos ou drogas são a causa da ginecomastia, interromper o seu uso ou substituir o medicamento por outro lado pode resolver o problema”, afirma Dr. Olivan.

No entanto, se a ginecomastia é causada por uma condição de saúde, esta deve ser tratada e, dependendo do caso, o efeito colateral (ginecomastia) pode desaparecer. Homens que seguem com um aumento significativo de uma ou ambas as mamas podem ter a recomendação de tratamento cirúrgico. As duas opções de cirurgia para o tratamento da ginecomastia são:

Lipoaspiração. Esta cirurgia remove a gordura do peito, mas não o próprio tecido das glândulas mamárias.

Mamoplastia Redutora. Este tipo de cirurgia remove a glândula mamária e pode remover também o excesso de gordura.

Na Mamoplastia Redutora, uma incisão em semicírculo contornando a metade inferior da aréola dá acesso ao tecido gorduroso e/ou à glândula mamária que devem ser removidos. Na Lipoaspiração, uma cânula é inserida nas mamas para aspirar o excesso de gordura.

Os procedimentos não são excludentes, ou seja, a Mamoplastia Redutora pode ser combinada com a Lipoaspiração para que os resultados sejam atingidos. Eles podem ser realizados com alta hospitalar no mesmo dia e os cuidados pós-operatórios tendem a ser simples.

O homem não deve deitar-se de bruços nem fazer força nos braços (carregar peso, dirigir, exercitar-se) por certo período de tempo e compressas geladas ou até malhas cirúrgicas podem ser usadas para acelerar o processo de desinchaço.

A maioria das linhas de incisão são realizadas dentro de contornos naturais, com o intuito de virarem cicatrizes sutis no futuro. Mas algumas incisões podem ser visíveis e são um resultado necessário do procedimento cirúrgico.

Fonte: Gazeta Esportiva