Alimentação saudável para bebês
As crianças que completam seis meses de vida passam por uma profunda mudança, principalmente que envolve a rotina dos pais. Essa fase é a que os bebês são introduzidos a novos alimentos e a amamentação deixa de ser a exclusiva “refeição”. É hora de oferecer frutas, sucos e papinhas. A recomendação de pediatras e outros especialistas é que os produtos a serem oferecidos precisam ser naturais, alimentos estritamente orgânicos. Mas a verdade é que para quem tem a vida agitada, fazer comida, ir ao supermercado comprar sempre algo fresco e comer bem nem sempre é possível porque acaba dando mais trabalho. Recorrer a algo industrializado ou ir direto a um restaurante fica bem mais fácil.
Fazer isso para um adulto é até possível, ao mesmo tempo forçar essa rotina para um bebê pode causar prejuízos graves à saúde e ao desenvolvimento. “A criança precisa de alimentação balanceada e saudável. Precisa ser o mais natural possível e evitar algo industrializado é muito recomendável”, explicou o pediatra com 30 anos de experiência, Alberto Jorge Félix. Então, o dia que não há tempo para nada, procurar uma papinha de prateleira pode resolver? O pediatra esclareceu que qualquer alimento que tenha prazo de validade extenso e fica sem refrigeração foge às regras de bom hábito alimentar para bebês. “O que fica na prateleira não é mais natural.
Quando se tem uma confecção caseira, a duração é curta”, informou o especialista. O planejamento dos pais precisa funcionar a partir dessa idade da criança. Fazer a comida na véspera e deixar na geladeira não atrapalha a qualidade do alimento. “É mais saudável (fazer isso) do que oferecer os industriais”, esclareceu Félix. A nutricionista Gislaine Donelli, que trabalha em uma proposta relativamente nova no Brasil que oferece “restaurante” para bebês, afirmou que aos poucos o mercado vai criando opções saudáveis. É necessário, antes, que os pais consultem a origem dos produtos. “Atualmente encontramos desde cereais, frango, toda linha de laticínios e até papinhas e comidinhas para bebês, totalmente orgânicos, além de outros produtos de mercearia seca que são comercializados em redes de supermercados e diversas lojas”, indicou.
RESTAURANTE PARA BEBÊ?
Quando o planejamento fura e o tempo fica curto para fazer a comida certa para o filho, hoje já existe opções que funcionam praticamente como um restaurante para bebê. No Rio de Janeiro e em São Paulo, há algumas empresas que oferecem esses produtos orgânicos e criaram concorrência nesse nicho de mercado. Em Campo Grande, as opções são mais restritas, mas existe hoje pelo menos um local que oferece produtos naturais. É uma franquia criada há sete anos em São Paulo e veio para a Capital em 2014.
“Pesquisei e descobri que no Brasil não existia nenhuma marca assim, mas nos outros países era muito comum. A partir de então me aprofundei no assunto e criei a primeira marca brasileira de alimentos orgânicos infantil”, contou Maria Fernanda, que fundou o Empório da Papinha, que tem uma franquia na cidade. O pediatra Alberto Jorge Félix reconheceu que esses alimentos tem garantia de serem naturais funcionam bem, o que pode pesar é na hora de colocar na balança o custo.
“É uma opção boa (papinhas orgânicas vendidas em lojas especializadas). O que pode pesar é o custo, mas funciona muito bem como um plano B. Em geral, elas são feitas de produtos orgânicos, produção caseira”, analisou. Quem decide comprar, acaba desembolsando entre R$ 9 e R$ 13, dependendo da opção escolhida entre os 25 tipos de papinha que a loja de Campo Grande oferece, por exemplo.
PESQUISAR ANTES
Maria Elisa Rettore Santaluccia é mãe de duas meninas, hoje com 2 e 4 anos, e disse que quando estava com o tempo apertado, recorria à papinha orgânica. Morando em Corumbá atualmente, ela comentou que quando viaja para Campo Grande costumava comprar algumas opções. “Primeiro pesquisei na internet para saber se era mesmo natural. Descobri esses produtos quando passei na frente de uma loja.
Minha preocupação era não ter açúcar, amido, glutamato monossódico, etc”, contou. Gerusa Ferreira da Cruz, servidora pública estadual, disse que tenta sempre produzir comida no dia para o filho de 6 meses. Como ela e o marido decidiram viajar no final do ano, ela comentou que pesquisou e vai comprar papinha apenas para essa ocasião. “Como irei viajar em dezembro, optei em comprar papinha pronta industrializada para levar porque na praia é complicado A criança no começo come bem pouquinho, então dá menos trabalho”, contou.
PRODUTOS QUE PREJUDICAM
O especialista Alberto Jorge Félix pontuou os principais problemas causados por uma má alimentação: – futuro desenvolvimento de alergias intestinais, de peles; – saúde mais frágil; – deficiências no crescimento. Entre os produtos que devem sempre ser evitados: – gelatinas; – iogurtes com cor; – sucos de caixinha; – alimentos com corantes em geral.
DICAS VALIOSAS
Veja 10 dicas que a nutricionista Gislaine Donelli elenca para os pais de crianças de até dois anos:
DICA 1 – Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.
DICA 2 – A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais, quando possível.
DICA 3 – A partir dos seis meses, dar alimentos complementares como cereais, tubérculos, carnes, legumes e frutas, três vezes ao dia se a criança receber leite materno e, cinco vezes ao dia se estiver desmamada.
DICA 4 – A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.
DICA 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com consistência pastosa (papas / purês), e gradativamente aumentar a sua consistência até chegar à alimentação da família.
DICA 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada e uma alimentação colorida.
DICA 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
DICA 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal a partir de 12 meses e com muita moderação.
DICA 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados.
DICA 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.
Fonte: www.correiodoestado.com.br