Você já foi bloqueado(a) ou bloqueou alguém nas redes sociais?
Aprenda a não sofrer com isso.
Lembro-me que faz mais de uma década que esta onda das redes sociais, especialmente o Facebook, começava a entrar em furor. No início, todos éramos amigos de todos, até daqueles que, em algum momento, infernizaram a nossa vida.
Sinto que, em grande medida, essa moda foi responsável pelo fato de as palavras “amigo” e “amizade” terem perdido valor. Chamamos qualquer pessoa de amigo. E o pior de tudo é que até lhe damos conta de nossa vida e do nosso estado de ânimo por meio de uma tela – neste caso, das redes sociais.
Por outro lado, se estamos passando por uma fase de desequilíbrio emocional e percebemos que alguém nos bloqueou da sua rede de amigos, nós nos sentimos muito mal. Se não formos suficientemente maduros para entender este comportamento, isso pode nos afetar. E muito.
Nós começamos a nos perguntar: “o que eu fiz?”. “Será que eu magoei fulano ou sicrano?”. Nós podemos até levar a situação para o mundo real e virar a cara para pessoa que nos bloqueou nas redes sociais. Quem nunca?
Esse tipo de reação parece infantil, mas acontece mais do que imaginamos – e com pessoas de todas as idades.
Por outro lado, há reações diferentes quando as pessoas não levam esses bloqueios para o lado pessoal e compreendem que cada um é produto de suas feridas emocionais e de sua história.
A psicoterapeuta Irene Rocha defende seu ponto de vista a respeito: “Entenda que quando alguém tem uma ferida e é autoeliminada mostra que não pode controlar seu nível de dor, o que é equivalente ao medo, frustração, coragem, inveja, projeção e ciúme. Essas pessoas dão um toque de realidade ao virtual. O bom disso é que você pode ficar tranquilo. As pessoas que se autoanulam ou autobloqueiam são pessoas que não estão dispostas a lidar com a própria dor e pensam que, eliminando, vão resolver tudo. O estranho é que, depois, não suportam ficar na dúvida e buscam outros meios ou perfis sociais para saber de quem foi bloqueado. Essa é a arte de se torturar. Eliminar ou bloquear nas redes é o mesmo que jogar minha desorganização para baixo da cama. Eu não a corrijo, mas sei que ela está lá e tenho que enfrentá-la.”
Definitivamente, se algo nesta vida não te agrada, isso tira o único poder que você tem sobre você mesmo(a): a sua atenção. É preciso entender que tanto você quanto eu temos todo o direito de aceitar em nossas redes todos aqueles que nos somem ou contribuem com o bem – e de eliminar o restante.
Eu uso as minhas redes sociais para compartilhar meu trabalho e poder ajudar os outros. Por isso, aceito “quase” todo mundo. No entanto, apesar de não as utilizar como um meio de vida social, eu me vi na necessidade de bloquear muitas pessoas que me tiravam a paz.
São pessoas com atitudes tóxicas, grosseiras, soberbas ou que compartilham coisas que vão contra os meus valores. Como elas são livres para compartilhar o que quiserem – já que possuem suas próprias contas – eu saio de cena para não sujar os meus olhos e meu coração com coisas que podem causar dano ao meu interior.
Não é que eu me julgue melhor do que elas; simplesmente é uma medida de prudência, para cuidar de minha alma. Você pode fazer o mesmo, sem se sentir culpado(a).
Fonte: Aleteia