Mamografia: tudo que você precisa saber sobre o exame
Entenda como funciona um dos exames mais importantes para a saúde feminina
Atualmente, estima-se que cerca de 2,5-3,0% das mortes femininas no país ocorram em decorrência do câncer de mama. A falta de informação, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), ainda é a principal causa dessa triste estatística. Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se houvesse um diagnóstico precoce. Quando o câncer de mama é diagnosticado logo no início, as chances de cura aumentam significativamente.
Entretanto, para que a medicina possa agir em favor das mulheres é preciso que elas tenham acesso ao exame de mamografia. De acordo com a Dra. Bruna Maria Thompson, médica em Radiologia, apesar de ser uma modalidade amplamente divulgada, ainda existem alguns mitos relacionados ao exame, tais como o fato de ele ser extremamente doloroso, algo que ocorre na minoria dos casos, além de questões culturais como vergonha de expor os seios ao médico ou ciúmes do companheiro.
Como funciona a mamografia?
A mamografia pode ser considerada um Raio-X das mamas. “Este exame é fundamental para diagnosticar se há ou não algum tipo de lesão indicativa de câncer, seja em estado inicial ou avançado. O exame pode ser completamente indolor ou apresentar algum incômodo, na maioria dos casos bastante suportável” explica a especialista.
Atualmente, as imagens podem ser adquiridas de forma digital. Dessa maneira, quando os Raios-X atravessam a mama eles atingem uma espécie de detector, que transmite esses sinais para o computador. A média ainda afirma que há muitas vantagens relacionadas à digitalização das imagens na mamografia. Além da maior qualidade da imagem, há também a possibilidade de transmissão imediata das mesmas para uma central de radiologia, onde podem ser realizados os laudos a distância.
Como se realiza o exame?
Embora em geral indolor, algumas pacientes podem considerar o exame desconfortável, explica Bruna. A paciente é posicionada em pé próxima do equipamento e há compressão das mamas, de forma horizontal e vertical, para que sejam registradas as imagens. Mesmo mulheres com próteses de silicone podem realizar a mamografia, porém esta situação deve ser informada antes do exame. “As contraindicações são raras e incluem, por exemplo, pacientes gestantes. O uso de cremes, desodorantes, perfumes e talco deve ser evitado para não prejudicar a interpretação das imagens”, detalha.
Laudos de mamografia a distância?
Uma das grandes vantagens da telerradiologia é a expressiva agilidade na elaboração do laudo. Os laudos de mamografia à distância realizados pela equipe da DiagRad apresentam dois fatores fundamentais: rapidez e excelência.
Assim, quando as imagens são enviadas para a central de telerradiologia da DiagRad, de imediato quem assume a responsabilidade são profissionais especialistas em laudos de mamografia, que possuem formação e capacidade para detectar todo tipo de alterações. O laudo mamográfico segue a padronização elaborada pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) denominada BI-RADS, utilizada mundialmente.
Em linhas gerais, um laudo de mamografia a distância pode ter o seu resultado disponibilizado em menos de 24 horas.
Quem deve fazer o exame?
A menos que seja solicitado por um médico anteriormente, a primeira mamografia deve ser feita quando a mulher completar 40 anos, e deve ser realizada anualmente, explica a médica.
“Pacientes de risco possuem indicações personalizadas. Por grupo de risco entende-se aquelas mulheres com mutação genética (BRCA-1 ou BRCA-2) ou com parentes de primeiro grau com mutação provada; mulheres com risco igual ou maior a 20% ao longo da vida, com base em um dos modelos matemáticos baseados na história familiar; mulheres com história de irradiação no tórax entre 10 e 30 anos de idade; mulheres com síndromes genéticas específicas (Li-Fraumeni, Cowden) ou parentes de primeiro grau, mulheres com história pessoal de neoplasia lobular (hiperplasia lobular atípica e carcinoma lobular in situ), hiperplasia ductal atípica, carcinoma ductal in situ, carcinoma invasor de mama ou de ovário”, afirma.
Homens também podem ter câncer de mama
Embora seja extremamente raro, homens também podem apresentar câncer de mama. A mamografia pode ser realizada para a avaliação da mama masculina, seja para verificar um aumento volumétrico, denominado ginecomastia, ou para avaliar a presença de nódulos. No caso dos homens, segundo a especialista, a indicação para o exame de mamografia deverá partir do médico responsável pelo paciente, ao se perceberem sintomas que possam levar ao diagnóstico de algumas dessas possibilidades.
Referências:
Site da Sociedade Brasileira de Mastologia: sbmastologia.com.br
Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para rastreamento do câncer de mama por métodos de imagem. Radiol Bras vol.45 no.6 São Paulo Oct./Dec. 2012.
*Dra. Bruna Maria Thompson é médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Escola Paulista de Medicina. Especialização em Radiologia Mamária no Instituto de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (INRAD-FMUSP). Médica da equipe de Radiologia Mamária do Hospital das Clínicas da Universidade São Paulo (HCFMUSP).
Fonte: DiagRad