Uma esperança para o Parkinson
Alfa-sinucleína
No que estão chamando de “um resultado entusiasmante”, cientistas finlandeses conseguiram corrigir os sintomas motores associados com a doença de Parkinson em animais de laboratório.
Os resultados são promissores em termos de futuras terapias para humanos porque a doença de Parkinson quase sempre é diagnosticada apenas depois da aparição dos sintomas motores, que são graves porque a doença destrói as células nervosas nas áreas motoras do cérebro.
A causa exata da doença não é conhecida, mas nos últimos 15 anos as pesquisas têm-se concentrado em uma proteína chamada alfa-sinucleína, que tem várias funções nas áreas cerebrais que regulam as funções motoras.
Enzima PREP
A alfa-sinucleína é altamente propensa a apresentar formas de dobramento “incorreto”, que faz com que suas moléculas formem aglomerados. Na doença de Parkinson, os aglomerados de alfa-sinucleína se acumulam nas células nervosas, podendo se propagar de uma célula para a próxima e espalhar o comprometimento dos neurônios no cérebro.
Pesquisadores já haviam descoberto que a enzima PREP, que ocorre naturalmente no nosso organismo, pode aumentar a formação desses agregados de alfa-sinucleína no cérebro. Agora eles queriam determinar quais conexões haveria entre a interação entre a enzima e a proteína e os sintomas da doença de Parkinson.
Para isso, Myohanen e seus colegas da Universidade de Helsinque desenvolveram uma técnica para bloquear a PREP no cérebro.
A equipe ficou surpresa com a rapidez dos resultados.
“Depois de apenas duas semanas de tratamento, os sintomas motores nos camundongos tinham praticamente desaparecido e eles não reapareceram até depois do experimento ter terminado,” explicou o professor Timo Myohanen.
Encorajador
Ao analisar detalhadamente os resultados, a conclusão é que o tratamento com o bloqueador de PREP não apenas evitou o espalhamento dos danos por todas as áreas motoras do cérebro, como também “limpou” o cérebro de quase todas as acumulações de alfa-sinucleína.
“Nós temos um longo caminho a percorrer dos modelos animais até os ensaios em humanos, mas esses resultados são extremamente encorajadores em termos do desenvolvimento futuro de drogas,” disse Myohanen.
Os resultados foram publicados no Journal of Neuroscience.
Fonte: www.diariodasaude.com.br