Alimento insubstituível
Para as crianças, a alimentação exclusiva de leite materno durante os seis primeiros meses de vida aumenta a imunidade dos recém-nascidos e reduz o risco de morte entre os prematuros e os muito pequenos
Assim como o leite materno deve ser insubstituível para bebês recém-nascidos ao menos durante os primeiros seis meses de vida, a informação a respeito de seus benefícios é indispensável para mães e outros tantos que, crescidos, já se esqueceram de como tudo começou.
Por isso, os primeiros dias de agosto abrem espaço para a Semana Mundial de Aleitamento Materno que, este ano, vincula o papel da amamentação à importância do desenvolvimento sustentável.
O evento merece destaque no calendário da OMS (Organização Mundial da Saúde) por diferentes aspectos que afetam a qualidade da vida em geral, mas têm maior incidência nas populações menos favorecidas.
Bancos de leite humano
Em 2013, segundo a OMS, apenas 38% das crianças no mundo eram amamentadas exclusivamente com leite materno nos seis primeiros meses de vida. Esse baixo percentual seria decorrente de graves fatores: mães incapazes de produzir leite ou impossibilitadas de amamentar, por serem portadoras de doenças transmissíveis para os bebês; mães que por desinformação, ou equivocadas por modismos, substituíram o leite humano por soluções industrializadas.
Os bancos de leite humano foram criados para suprir a carência de mães que não conseguem produzir leite e, no Brasil, há uma grande rede coordenada pela Fiocruz. Mães doadoras participam dessa rede e contribuem com o excesso do leite que produzem. Assim, elas promovem uma ação de solidariedade que beneficia principalmente bebês prematuros, ou de baixo peso, que dependem dos nutrientes que só existem no leite humano para sobreviver.
Dados do Ministério da Saúde em 2009 indicavam que 41% dos bebês com menos de seis meses eram alimentados exclusivamente por aleitamento materno no País e que o Brasil possuía 210 unidades e 117 postos de coleta, a maior rede de bancos de leite humano do mundo. No entanto, a produção ainda é insuficiente para atender a demanda. Mais um motivo para que a Semana Mundial de Aleitamento Materno sensibilize mais mães doadoras.
Até 2025, a OMS espera elevar a taxa mundial de aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida do bebê em pelo menos 50%. Dessa maneira, será possível melhorar a saúde de crianças menores de cinco anos em todo o mundo.
Para não esquecer
Pesquisas realizadas no exterior e no Brasil, em diferentes épocas, já comprovaram os efeitos positivos do aleitamento materno para mães e filhos. Para as crianças, a alimentação exclusiva de leite materno durante os seis primeiros meses de vida aumenta a imunidade dos recém-nascidos e reduz o risco de morte entre os prematuros e os muito pequenos. Essa alimentação influiu no crescimento e reduz a possibilidade de a criança tornar-se obesa na vida adulta.
Quanto mais uma criança é amamentada, melhor é o desenvolvimento do seu sistema nervoso e maior é a relação afetiva entre mãe e filho. Como um escudo protetor, o aleitamento materno atua no desenvolvimento do cérebro e na prevenção de doenças. Até as alergias da vida adulta e os problemas ortodônticos do futuro podem ser evitados. Sugar o leite do peito da mãe desenvolve a musculatura da boca.
No início de julho deste ano, a OMS divulgou que para as mães com infecção suspeita, provável ou confirmada do zika, não existem evidências de que o vírus seja transmitido durante o aleitamento. Elas devem amamentar seus bebês normalmente.
Para as mães, além da nobre tarefa de transmitir anticorpos que garantirão a saúde da criança, o aleitamento é forte aliado na redução de hemorragia e anemia pós-parto e atua mais rapidamente na perda do peso adquirido durante a gravidez. Amamentar o bebê desde as primeiras horas de vida dele retarda uma nova gravidez e diminui a necessidade de insulina para mães diabéticas. A amamentação no presente ainda pode ajudar mulheres a evitar câncer de mama e de ovário, além da osteoporose, no futuro.
Fonte: educacao.uol.com.br