Tenho uma coleção de caderninhos de notas. Com finalidades diferentes, capas coloridas, de marcas conhecidas ou nem tanto, com suas páginas pautadas ou lisas, eles são os meus companheiros constantes, amigos de todas as horas…

Um é só para guardar minhas listas de músicas, bandas, cantores, trechos daquelas que eu amo e que me dizem coisas marcantes. Tenho também, um clássico e muito importante por sinal, aquele para anotar os meus filmes — novos, velhos, indicações, aqueles lançamentos que quero ver, uns que pretendo dar uma segunda chance, frases memoráveis — tudo que amo e que faz parte deste meu mundo todo especial! Há ainda uns que segredam pensamentos, frases minhas, de célebres desconhecidos e de pensadores importantes. E essas páginas guardam conselhos, sempre com muito a dizer, sempre colocando ordem nesse meu caos criativo.

Folheando um desses cadernos, li uma frase que uma vez mais falou alto comigo: somos talhados e moldados por aquilo que amamos. O autor? Goethe. Esse escritor sabia o que dizia; e ele dizia (ou escrevia) muito bem seus pensamentos. Enfim, comecei a pensar sobre o meu molde, aquilo que me faz quem sou. E parei para prestar atenção nesses meus cadernos, que com seu conteúdo foram entalhando quem sou: esse turbilhão de ideias, de vontades, e como me disseram sobre mim uma vez: “um clichê ambulante” (aí já não confirmo nem nego!). Lembrei também de outros moldes, uns bem importantes — os amigos! Sejam os novos ou antigos, eles fazem uma grande diferença nessa definição do meu eu.

Os antigos, bom… porque eles me trouxeram até aqui, de um jeito e de outro, caminharam comigo… a gente se achou, aprendeu, riu, brigou, se entendeu, não se esqueceu. Agora os novos, bem, esses também moldam… mesmo em outra fase, ainda tem coisa a aprender, e mesmo que se ache velho para mudar, a gente querendo ou não aquela máxima de me diga com quem anda…é muito verdade!

Enfim, moldes, cadernos… amor! Já parou pra pensar?

Thais Soler