Patê de azeitona
Uma simples receita pode fazer longas e improváveis viagens; será que alguém já parou para pensar nisso? O quanto corre uma receita? Que limites geográficos ela pode enfrentar nesse mundo tão globalizado? Quantas adaptações pode vir a sofrer?
A receita de hoje, por exemplo, veio de Carlópolis, uma cidade do interior do Paraná. Aquela velha história de Fulana que passou para Beltrana que passou para sua filha, uma moça guerreira e batalhadora e que um dia veio trabalhar comigo.
A primeira vez que a encontrei, ela estava muito triste. Seu carro tinha acabado de ser roubado! E justo no seu primeiro dia de trabalho… pode-se imaginar o tamanho do transtorno, além do constrangimento de estar no meio de um monte de gente desconhecida, o aborrecimento e o prejuízo? Mas essa descendente de portugueses, nativa de Quatiguá/PR, sacudiu a poeira e soube dar a volta por cima de forma magistral.
Aos poucos, ela foi revelando ser uma pessoa que não se deixa abater pelas intempéries da vida. Com uma garra e determinação invejáveis, ela não desanimou e lutou para se reerguer. Ao longo de sua vida, essa moça trabalhou bastante e em várias funções: em loja de produtos artesanais, foi costureira em uma confecção de jeans, caixa em posto de gasolina, babá… sabe fazer doces gourmet e até comida japonesa (inclusive fala um pouco de japonês — tamanha a admiração pela terra do sol nascente). E nesse meio tempo, veio a sua mais preciosa obra-prima: uma garotinha de 2 anos e olhos vivos como os da mãe.
Um dia ela presenteou os colegas com este patê de azeitona que ensinarei agora. O mais interessante dessa receita e que acho importante salientar: eu não gosto de azeitonas. Sabe aquela pessoa que tira todas as azeitonas da pizza, da empada e das saladas? Sou dessas. Esse patê, porém, eu comi, aprovei e corri para reproduzir em casa. Prático, rápido e eficiente, essa receita rende bastante, por isso faça quando for receber bastante gente.
A azeitona tem vitamina A e E, controla o colesterol ruim, possui ação anti-inflamatória, contém fibras e é rica em vários minerais (dentre eles o cálcio, o fósforo, o potássio e o magnésio). Mas por ter muito sódio devido à salmoura em que fica conservada, o fruto da oliveira é contraindicado para quem tem hipertensão; aos outros está liberado, só não vale exagerar (como tudo na vida, né?).
O alho, por outro lado, é útil para ajudar a reduzir a pressão arterial, fortalece o sistema imunológico, tem propriedades diuréticas, controla a glicose no sangue e é considerado até um antibiótico natural, principalmente quando consumido cru.
Que tal você também tentar reproduzir essa delícia em sua cozinha?
Patê de azeitona
– 1 sachê de azeitonas verdes cortadas e sem caroço (cerca de 200 g.)
– 3 dentes de alho amassados
– 500 g. de maionese
– 1 lata de creme de leite sem o soro
– 2 c. sopa bem cheias de cheiro verde
Bater tudo no liquidificador. Guardar em potes bem tampados e conservar na geladeira. Vai bem com pães, torradas e biscoitos salgados.