LEITE DE VACA, vilão ou mocinho?
Hoje, como acontece com a nutrição desde 1900 e antigamente, o leite é a bola da vez. Bom, primeiro e não mais importante, tenho que falar que o leite nos acompanha desde o nosso nascimento — o LEITE MATERNO.
O leite de vaca entrou na alimentação humana, há pouco mais de 8 mil anos. Durante centenas de anos, o leite de vaca ou cabra só era consumido por bebês cujas mães não podiam amamentar. Crianças e adultos não bebiam leite por um motivo simples: não lhes fazia bem, pois a maior parte das pessoas ainda não havia desenvolvido as enzimas necessárias para digeri-lo.
Como somos seres em evolução, a assimilação do leite não-humano foi um processo lento e gradativo e até hoje muitas pessoas têm problema em digeri-lo corretamente. Para começar: o leite de vaca é composto de 4 elementos: lactose (carboidrato), caseína e outras proteínas, gordura (integral) e água. É fonte de cálcio e também é constituído de vitamina B12, biotina, potássio e fósforo e se for integral, contém Vitamina D e A.
Dessa maneira, o leite de vaca representa uma importante fonte de nutrientes para a dieta humana, especialmente devido à sua composição proteica e mineral. Os lácteos representam a melhor fonte de cálcio dietético, beneficiando a saúde dos ossos e dos dentes. Além do alto valor nutricional, o leite contém componentes com propriedades funcionais. Mas se o leite contém todos esses nutrientes, por que a polêmica em torno dele? O leite mudou! Existe uma grande diferença entre o leite puro retirado de uma vaca alimentada em pastos verdes e o leite adquirido num supermercado. O leite comercializado tem características bioquímicas, enzimáticas e nutricionais completamente diferentes resultantes do processo de industrialização do leite ou da alimentação da vaca.
Ao mesmo tempo que a pasteurização elimina bactérias nocivas, elimina também parte das propriedades nutritivas do leite. Além disso, as vacas tratadas com antibióticos e hormônios (que simulam gravidez para aumentar a produção do leite) e outros medicamentos produzem um leite composto por essas substâncias, sendo assim, ingere-se todos esses medicamentos por tabela.
Mas então, o que fazer? Tenho mais umas curiosidades para contar! O leite de vaca, rico em cálcio é pobre de outros nutrientes que ajudam a fixar este nutriente nos ossos. Além do cálcio, precisamos de magnésio, zinco e boro, principalmente, para termos estrutura óssea forte.
1 – Produtos lácteos não fazem parte da dieta na China, Japão, Vietnã e Tailândia. No entanto, a população desses países apresentam uma das taxas mais baixas de osteoporose e fratura óssea no mundo.
2- O leite, como toda proteína de origem animal, gera acidez em nosso organismo. Desta forma, o cálcio (que é um excelente neutralizador de acidez) é retirado dos ossos para controlar essa acidez! Veja que paradoxo, além de não absorvermos o cálcio do leite de vaca, ainda perdemos cálcio dos ossos para corrigir o pH sanguíneo e urinário.
3- O cálcio livre nos rins, pode gerar calcificações e litíase — pedra nos rins!
4- A resposta hormonal do nosso corpo ao consumo de leite, gera hiperinsulinemia! Isto é, nosso organismo, aumenta a liberação de insulina — hormônio anabólico que aumenta a gordura abdominal, gera obesidade e o aparecimento de acne.
5- Cerca de 75% de pessoas no mundo não produzem a enzima lactase, que é necessária para digerir a lactose do alimento.
6- O leite é formador de muco, por isso, o seu consumo é desaconselhável durante resfriados e gripes para pessoas que apresentam crise de rinite, sinusite, bronquite e asma com frequência. 7- O consumo de leite está relacionado à maior incidência de dermatite atópica, cólica e constipação intestinal, diarreia, enxaqueca, câncer de mama e de próstata, entre outras doenças.
Somos levados desde sempre a acreditar que o leite é um alimento saudável e quanto mais o consumirmos, melhor!
Quem ganha dinheiro promovendo esse tipo de consciência é a indústria.
INTOLERÂNCIA X ALERGIA
É conveniente esclarecer que existe uma confusão entre intolerância à lactose (ou hipolactasia) e alergia ao leite (ou hipersensibilidade ao leite). A INTOLERÂNCIA se refere à incapacidade de digerir a lactose, que representa o “açúcar do leite”, devido à deficiência ou ausência da enzima lactase (ou b-galactosidase). A ALERGIA ALIMENTAR é decorrente de uma reação do sistema imunológico a proteínas ou parte dessas moléculas (antígenos), provocando em resposta a liberação de anticorpos, histamina e outros agentes defensivos. A hipersensibilidade ao leite está relacionada, portanto, com a fração proteica do leite e é uma doença quase que exclusiva dos lactentes e da infância, normalmente desaparecendo entre os 3 e 4 anos. Porém, algumas pessoas apresentam uma alergia tardia, tanto no fator idade, quanto no aparecimento dos sintomas (3 a 4 dias após o consumo). Embora haja semelhança nutricional entre a composição proteica do leite de vaca e do leite humano, há também substanciais diferenças quanto ao tipo de proteínas presentes e às suas quantidades relativas.
No leite de vaca é encontrada a proteína b-lactoglobulina que é ausente no leite materno. Essa proteína pode desencadear alergia alimentar em alguns bebês e adultos. Não existe um consenso quanto a proteína de maior alergenicidade no leite de vaca, embora a a-lactoalbumina e a aS1-caseína sejam apontadas como as proteínas mais alergênicas.
Existe vida sem leite? Existe! Eu e os vegetarianos veganos podemos afirmar que sim!
E o que consumir para substituir o leite?
– Se você ainda pretende tomar leite, procure os orgânicos ou de produtores que se conhece a procedência, onde o animal não é exposto a medicamentos, hormônios e a estresse para produção do leite.
– Alterne o consumo: evite consumir leite de vaca e derivados diariamente.
– Vegetais verdes-escuros (couve, brócolis, espinafre entre outros) são riquíssimos em cálcio, magnésio e nutrientes importantes para absorção do cálcio, assim também como TODAS as verduras, frutas e leguminosas (feijões, lentilha, grão-de-bico e ervilha). A proteína e nutrientes da soja têm melhor absorção quando consumida fermentada — missô e coagulada — tofu.
– Leites vegetais: arroz, coco, inhame, amêndoa, gergelim entre outros, também são excelentes substitutos do leite na preparação de receitas.
– Alimentos integrais são ricos em nutrientes que auxiliam na absorção de cálcio — aveia, quinoa, amaranto entre outros.
Procure um nutricionista para ajudá-lo a melhorar sua saúde!
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