Idas e vindas

Idas e vindas

Tem dias que a tristeza parece nossa única companheira, que insiste em ficar por mais que a gente não faça questão! E não me refiro àquele sentimento corriqueiro de quando a gente vê alguma notícia ruim…

Essa tristeza é diferente, ela vem de dentro. Aperta o peito, sufoca a alma, tira o brilho do olhar e por mais que a gente teime em sorrir, ele sai sem graça, lembrando dessa ferida aberta. É uma tristeza que dói.

Soa familiar? Razões, as mais diversas… Um coração partido, palavras não ditas, desentendimentos sem fim, rejeição declarada, um diagnóstico inesperado, conflitos causados, a distância que teima em separar, a ausência eterna… Sem falar naquilo que o olho não vê, mas que o coração sente, e como sente!

Como algo recorrente, sem aviso prévio ou hora marcada, ela aparece e se estabelece. Por vezes, silenciosa, se acomoda lentamente e quando a gente percebe está sem opção; como aquela nuvem cinza que vai aumentando e deixa o dia sem cor, sem graça — num prenúncio de tempestade. Em outras, ela vem avassaladora, e num piscar de olhos tira o ar e o chão da gente, num nocaute forte.

Para dias tristes? Lágrimas… que, como o bálsamo da alma, confortam, aliviam, lavam e levam seja o que for que a gente precisa tirar de dentro e que pesa tanto (quiçá o peso do mundo) e só a gente entende.

Thaís Soler