Leituras
Disseram por aí que os meus “nada” são cheios de “tudo”. Mas deixa eu explicar, porque pra mim fez todo sentido, talvez pra você ainda não. Às vezes, quando estou pensando sobre algum assunto importante, relevante ou algo que é só meu, tenho a tendência de dialogar comigo mesma, falo alto e até gesticulo. Mas tem gente que me vê (sem saber dessa particularidade) acha que posso estar querendo papo, e me pergunta: quê? Eu, não querendo ser desagradável (muito pelo contrário), respondo: Não é nada! A minha colega de trabalho (aquela com quem conversei sobre a palavra badalada) me disse outro dia: Thaís, você não pode responder nada. Essa palavra (NADA) não te pertence.
Sabe o que ela estava querendo dizer? Que são os meus olhos que falam por mim, eles falam muito, falam alto, quando não quero pôr em palavras o que se passa em minha mente. Geralmente, tenho muito a dizer, porque penso bastante e tenho opinião sobre muitas coisas. Mas, por vezes, prefiro o silêncio do olhar. Cada coisa em seu momento, não é mesmo?
Quer saber de outra coisa? Gosto de que meus “nada” sejam cheios de “tudo”, repletos de significado, sem serem ditos, jamais óbvios para entenderem já numa primeira leitura. Uma coisa complexa, mas tão simples. Dá pra entender? Pois é… Essa sou eu, que hoje meio à Clarice Lispector empresta as palavras dela e diz a quem quiser ouvir: Sou as minhas atitudes, os meus sentimentos, as minhas ideias […] Surpresas, gargalhadas, lágrimas, enfim, o que eu sinto, quem eu sou, você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles…
Essa é a minha identidade, descobre quem quer, quem é bom leitor!