Ciumeira permitida
As minhas amigas são minhas e de mais ninguém! Não tenho tantas assim, porque acho que o que importa não é a quantidade. E o que admiro e me encanta nessa nossa amizade é que mesmo depois de tanto tempo, e com um mundo de mudanças (casamento, filhos, amores, dissabores ou quilômetros de distância), ainda podemos ser nós mesmas, ainda vemos aquelas meninas que o tempo não conseguiu tirar de nós.
Você pode me achar ciumenta, mas talvez eu seja apenas zelosa dessas irmãs que a vida me permitiu escolher, que riem, choram, que sofrem e amam, nem demais e nem de menos, mas numa medida suficiente para eu entender que elas são parte de mim: longe ou perto, que elas são, à sua maneira, o meu espelho. E eu me vejo nos nossos sorrisos, nos nossos silêncios (cheios de significados) e nos nossos olhares — em qualquer momento e situação. E isso é tão bom!
Nós somos tão diferentes, mas essa diferença não separa, é agregadora. Tem de tudo nesse bolo: a brava, a pacata, a decidida, a atraente, a líder, a mãe… E nem estou falando de tantas mulheres, me refiro a quatro enquanto escrevo esse texto. A gente se entende, se aceita, discorda (principalmente quanto ao gosto para rapazes), se adora, tem dias que nem se olha. Mas nunca se esquece. Elas fazem qualquer lugar parecer como a casa da gente, sabe aquele lugar para onde a gente sempre pode e quer voltar? É por tudo isso que eu volto a dizer: elas são minhas e de mais ninguém!