Flagras no caminho
Eu estava dirigindo de volta para casa naquele dia, o rádio ligado e as músicas me fazendo companhia naquele longo caminho. Uma música em particular, na voz de um dos meus cantores favoritos, me fez pensar na vida, no amor e os meus dissabores. Ah, nós, mulheres… como gostamos de pensar sobre esse tema!
Mas enfim, a letra era sobre o amor, sua fórmula e a incansável busca para obtê-la. Foi aí que me flagrei dialogando com o cantor, enquanto ele repetia o refrão; “Não existe…”, mas a resposta foi a mesma: ainda encontro a fórmula… “Tá bom, então” insisti e ri de mim mesma. Mesmo depois da música, fiquei pensando na tal fórmula e nas tentativas femininas de alcançá-la.
Desde as princesas dos contos de fadas — que talvez já estejamos grandinhas demais para acreditar, mas ainda assim podemos nos identificar e até querer uma versão adaptada de seus romances para nós — aos livros e filmes com personagens perdida e eternamente apaixonados, até as grandes músicas que servem de trilha sonora para os nossos sonhos, todos esses elementos compõem a dita fórmula. Aprendemos desde pequenas, no texto e no contexto: “Quer que ele te olhe? Faça assim, faça assado. Quer que ele se apaixone? Seja isso, use aquilo…”.
Mas sabe, nem eu nem você precisamos encontrar o nosso valor nos olhos do outro. Essa tal fórmula, não é A fórmula, mas uma fórmula para achar alguém com quem role aquela química; não é O jeito, mas um jeito de encontrar o amor. E cada um tem que descobrir por si só, gostar e amar a si mesmo, estar e ser bem seguro de si, antes de estar pronto para amar o outro. Daí, só depois disso, você vai poder se apaixonar por alguém.